Comfort Zone

The streets are painted yellow but I’m use to gray….so I go the other way. “Comfort Zone” is published by Briirenaeblogs.

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O dia em que apareci num jornal da Globo

Ontem eu assisti ao Jornal Nacional, com o Bonner, ex da Fátima, todo grisalhão, tá na moda. E a Renata Vasconcelos, que eu lembro da Globo News. Lindona.

De vez em quando eu vejo, quando eu tô com vontade ou quando o controle da TV some e aqui em casa ela já liga na Globo direto, até porque é a única emissora que pega nessa antena de 7 reais que temos aqui… sinal digital… e tal… aí eu vi.

Frio danado, sem gasolina pra dar um rolézinho, controle desaparecido, fui ver o jornal, e cara, você viu? A Globo, mano, sério mesmo, ela monta um esquema de reportagens que faz com que você saia da sala querendo ir lá com um pedaço de pau, a pé, é claro… e acertar a canela do primeiro caminhoneiro que encontrar.

Porque a Globo, mano do céu, sério… ela mostrou a paralisação, tá ok. 1 minutinho. Imagens de helicóptero das rodovias, altos caminhões parados. Imagem dos caminhoneiros recebendo marmitex e doações, 1 minutinho. Ok. Mostrou a pauta dos caminhoneiros, suas exigências, tudo certo, ok, 1 minutinho.

Aí a pauta mudou, quem viu reparou. Reportagem das cidades com filas nos postos. Quilômetros de fila. Aí o repórter vai entrevistar fulano que tá na fila há 3 horas e tá com vontade de mijar, mas ele não pode, porque não dá pra deixar o carro ali na fila e ir correndo dar uma mijadinha e voltar, é SP, bicho. Deixa seu carro sozinho procê ver… Aí o cara tá apertado, 3 horas e vem o repórter e deve fazer aquela pergunta assim, ó:

- Tá apertado aí pra ir no banheiro, irmão?

O que o cara vai dizer? O cara tá trançando as pernas. Ele diz:

- Pô, tá tenso. Essa fila tá grandona, senão aliviava rapidão.

E o repórter dá seu golpe fatal:

- Se conseguir abastecer, vai voltar para casa, né?

O cara cansado de trabalhar o dia inteiro, diz:

- Se Deus quiser, vou beijar meus filhos, minha esposa e descansar.

Aí o editor da parada corta as perguntas e sabe o que fica parecendo? Que os caminhoneiros estão impedindo pai de família de chegar em casa pra abraçar os filhos e a esposa.

Às vezes o pai de família da reportagem é filho do caminhoneiro que tá parado lá na greve, mas ninguém pergunta. Ninguém quer saber se ele apoia a greve. A Globo (e não só ela), monta o esquema e te vende no Jornal Nacional.

Filmaram uma moça indo a pé pro trabalho. Busão parado e ela andando quilômetros. Como eu, ela estava acima do peso. E filmaram ela numa subida, cara. Cê acha que gordinho na subida fica com cara do quê? De alegria? Pode ser a subida pro Paraíso, que cansa pra caramba. Pode no final da subida ter um pudim eterno, que durante o percurso, nós, os gordinhos, a gente faz cara de dor, de choro, de que vai morrer, enfartado…

Aí ela chegou até onde o repórter estava. E o cara ao invés de dar uma água pra ela, na sombra e deixá-la descansar, respirar pra falar, o cara entrevista ela andando:

- Tá difícil essa subida?

A moça olha pra trás e chora. Melhor que o troféu do Mundial, ela pensa que conseguiu, graças a Deus. Agora só faltam 2 Km pra chegar no trabalho, quem sabe o carro de reportagem da Globo leva… ela diz, emocionada e respirando fundo por causa do cansaço:

- Nossa, moço, difícil demais… (escorre uma lágrima). Apesar de eu apoiar a greve dos caminhoneiros, a pauta é justa, está difícil ir ao serviço a pé, porque é longe. Mas eu não posso reclamar, está ruim para todos os trabalhadores, não é?

No Jornal sai assim: — Nossa, moço, difícil demais… [CORTE]… está difícil ir ao serviço a pé, porque é longe… [CORTE].

E nós aqui em casa pensamos: Caminhoneiros desgraçados, tão ferrando com a vida de quem tem que trabalhar!

- Ah Gito, não é bem assim…

SE LIGA, DJOW!

Já rolou comigo. Estava eu e meu amigo Thiago que já mora no céu, em Brasília, na Esplanada dos Ministérios fazendo alguma coisa, quando fomos sair com o carro, tinha um galerão, manifestação, reforma agrária, todos caminhando lentamente. A gente precisava ir embora, o que fizemos? Fomos com o carro, atrás dos últimos manifestantes, tranquilo. Aí chegou uma hora que percebemos que a gasolina tava no fim. Pensando em economizar até o posto, desligamos o carro e fomos empurrando devagarinho, acompanhando a passeata, ouvindo um som.

De repente pulou de trás duma árvore uma repórter bonita. Quando a pessoa é bonita, a gente fica mais empolgado, não adianta disfarçar e ela fez uma única pergunta para nós dois, assim que terminou de perguntar se podia nos entrevistar sobre a manifestação e antes de parecer que de fato entrevistava, com microfone empunhado:

- Vocês vão para onde?

Thiago respondeu:

- Vamos para Taguatinga.

E depois ela olhou para mim, mais bobo.

- Há quanto tempo já estão empurrando?

- Ah, já faz uma meia hora…

- Ok, podemos gravar?

- Sim — respondemos.

- O que vocês acham da manifestação pela reforma agrária?

Respondemos, dando apoio à manifestação e à pauta. Observamos que era importante, pelo menos, debater a questão das terras no Brasil, proteger o povo, pressionar os grandes latifundiários que oprimem os pequenos agricultores, dividir de forma justa. Falamos bonito.

E por termos falado bonito, fomos assistir. Reunimos a galera. Na reportagem, ficamos todos animados: Olha nós, vamos aparecer jajá…

Aí depois que os caras sentaram a ripa na Reforma Agrária e nos manifestantes, eles filmaram dois caras empurrando um carro. Um deles dizia: — Vamos para Taguatinga.

Taguatinga fica a 27 Km de onde estávamos.

- Há quanto tempo já estão empurrando?

- Ah, já faz uma meia hora…

FIM

Acabou a reportagem.

Foi tudo o que falamos. Nós na Globo, horário nobre. Nossa cara reforçando que a manifestação estava atrapalhando a vida do cidadão, que teve até que empurrar o carro, e iam empurrar até Taguatinga…

Nunca mais botei fé em reportagens. Sério. Elas podem contar meia verdade ou a história que quiserem.

Por isso é preciso ver, reler, rever e analisar, tudo. Tudo que se engole de primeira, corre o risco de causar indigestão. Mastigar é o segredo. Isso vale especialmente para as notícias de Internet. O que não é totalmente FAKENEWS, é cheio de Fake no começo, ou no meio, ou no fim…

O assassino da Missionária Doroth Stang, que estava a cumprir 30 anos por ter mandado matá-la com seis tiros, um na cabeça e cinco ao redor do corpo, uma senhorinha de 73 anos, que carregava uma bíblia na hora da execução, foi libertado ontem. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, deferiu liminar que suspende a execução antecipada da pena do fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão.

Enquanto o Brasil olhava para os caminhões, o Ministro foi lá e fez.

O Jornal Nacional não mostrou UMA foto dela, dele, deles, uma imagem, um nada. Apareceu a repórter anunciando o que eu lhes anunciei, lendo uma nota. O que num jornal de papel seria um rodapé.

Eles terminaram dizendo BOA NOITE.

E a gente, telespectadores, vimos a notícia que eles quiseram que a gente visse.

Nos intervalos, um cara falando em nome do governo explicava que a questão com os caminhoneiros estava solucionada.

E mostraram um monte de produtos que a gente precisa ter para ser feliz.

Começou a novela.

E a gente acha que sabe das coisas.

A gente vai sabendo daquilo que nos querem contar.

Com meia informação, a gente faz o que eles querem. O poder. O sistema. O governo.

Esses são os principados e potestades.

Para vencê-los é preciso discernir que as coisas assim são. Mas não conseguiremos, enquanto estivermos viciados no desejo de obter aquilo que as propagandas, nos intervalos, nos induzem a trabalhar para comprar. A viver para ter.

Gente que precisa ter para ser, é gente manipulável. Eles sabem.

E enquanto nos oferecem a felicidade em forma de produto, nos viciam na meia informação. Manipulam-nos. E mantém o poder.

É bom a gente se atentar, rapidamente, quanta coisa existe nas propagandas, das quais a gente não precisa de nenhuma para ser feliz.

E buscar a felicidade na vida, na natureza, no amor e no amar.

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